Seu EP retrata a sua vivência e experiência em situações de preconceito.
Dentro de preceitos religiosos tradicionais das religiões abraâmicas, a homossexualidade costuma ser vista como um pecado, por representar, sobretudo, uma falsa ameaça a instituição família. Fael Nunes é cristão, cantor e representa a comunidade LGBTQIA+. Seu EP retrata a sua vivência e experiência em situações de preconceito, acolhendo a comunidade, sendo um refúgio a ela.
“Tantas coisas aconteceram naquele ano. Naquele momento fazia parte da Igreja UNIVERSAL, e mesmo sabendo quem eu era, por conta do que aprendi dentro desse contexto sempre lutei contra o que eu era. Nunca me senti culpado diante de Deus, estudei muito todos os trechos bíblicos que usavam pra nos “condenar” ao inferno e entendi que muitas coisas foram traduzidas e estudadas em contextos carregados de preconceito e tradições, mas que não condizem com o que realmente Deus pensa sobre nós. Em 2015 meu primo, também gay, me levou para conhecer a igreja Congregação cristã onde me aprofundei ainda mais sobre a teologia inclusiva.
“Tanto elas, quanto eu, quanto minha esposa Sophia Barclay, quanto tantos outros milhares de membros da nossa Igreja, tivemos histórias semelhantes em que não fomos aceitos nas nossas denominações de origem, muitos excluídos ou não aceitos exercendo nossos dons e talentos na igreja. Tantas pessoas e histórias com seus dons calados, parados, mortos. Tive a chance e o tempo de conhecer essa comunidade que transborda amor, acolhimento, abraço e nos dá a oportunidade de ajudar tantos outros que viveram o que a gente viveu. Infelizmente muitos não têm a mesma oportunidade e acabam desistindo de lutar, antes de encontrar o brilho e olhar de amor do Deus que nunca fez acepção de pessoas”, prossegue.