Ator, de 33 anos, luta pela conscientização sobre os problemas ambientais causados pelo plástico por meio de sua rede social e projetos
Hugo Bonemer ainda se lembra com clareza do dia em que aceitou um convite da amiga Fernanda Cortez para participar do desafio Menos1Lixo, dez anos atrás. O ator ficou tão impactado com as problemáticas ambientais causadas pelo descarte do plástico que decidiu reduzir radicalmente os produtos com o material em sua casa.
“Dez anos atrás, eu participei de um desafio do @menos1lixo a pedido da minha amiga Fernanda Cortez. Quando vi estava no meio do oceano ajudando a recolhê-los. De lá pra cá venho mudando minha relação com os plásticos. Na minha casa, evito ao máximo que eles sequer entrem em casa”, diz.
Ele costuma buscar alternativas de produtos de higiene pessoal feitos com matérias que tenham uma decomposição mais rápida que o plástico, que leva até 500 anos para se decompor. O Brasil é o quarto país do mundo que mais gera lixo plástico, segundo dados do Banco Mundial, com 11,3 milhões de toneladas, que poluem oceanos.
“Já existem desodorantes roll-on totalmente embalados em papel cartão, escovas de dente macias com cabo e cerdas de bambu, xampu e condicionador em barra que vem embalados em cartão, sacolas de lixo de papel. Também uso uma composteira doméstica e um redutor de resíduos pra transformar todo o lixo orgânico em adubo para as plantas”, conta.
Seu engajamento com o meio ambiente tem sido tão intenso que ele já celebrou o aniversário recolhendo lixo.
“O projeto #diadolixo já existia no mundo todo quando fiz pela primeira vez. Já fiz em lugares como o Rio de Janeiro e Aracajú e reuni em média 30 pessoas cada vez. Já fiz até no dia do meu aniversário com anúncio na televisão, convidando quem quisesse ir. Era um domingo de manhã e apareceram muitas pessoas que eu não conhecia para o desafio. Foi demais!”, relembra ele, que também costuma dar dicas em seu Instagram.
“No meu Instagram, coloco dicas de como reutilizar garrafas e quais produtos comprar a preços acessíveis que possam reduzir o consumo de plásticos”.
O lixo recolhido vai para cooperativas de reciclagem que ajudam a dar uma outra utilidade para ele. “Quando chega nas cooperativas é lavado, separado em tipos de plástico, processado e transformado em pellets, que são como pequenos grãos de plástico. Tipos de plástico tem pontos de fusão diferentes e por isso não podem ser misturados. Os pellets são vendidos pelas cooperativas pra indústria e podem ser transformados em absolutamente tudo de novo, mas eu sempre torço que sejam usados em bens duráveis, como móveis e objetos de decoração, e não em objetos descartáveis. Quanto mais tempo demorarem pra voltar pro lixo, melhor”, explica.
O ator, de 33 anos, diz que esta consciência ambiental fez com que ele se sentisse mais conectado à sua espiritualidade e também mais feliz.
“Esse tipo de cuidado com o planeta me faz sentir mais perto da espiritualidade do que as opções que me foram apresentadas até agora. Me faz bem, feliz, me sinto parte de uma casa que com certeza depende desse tipo de atitude. Minha vontade é de poder incentivar mais a reciclagem, quem sabe investindo em maquinário pra isso. Um dia chego lá”, adianta ele, que com a pandemia não tem conseguido reunir pessoas para o projeto de coleta.
“Infelizmente o projeto parou durante a pandemia, porque a aglomeração foi um impeditivo, mas penso em voltar o quanto antes usando equipamentos de segurança.”