Gestores apostam no equilíbrio entre o trabalho e o descanso, benefícios livres e programas de incentivo para reter talentos e cumprir metas
Na busca pela atração e retenção de talentos não basta mais oferecer apenas o trivial, e empresas de todos os portes passam a buscar alternativas para encantar os colaboradores. Neste sentido, vale tudo. O home office – ou trabalho híbrido – passou a ser institucionalizado, mas é preciso ir bem além, seja através da redução da jornada de trabalho para quatro dias semanais, uma gestão de benefícios mais eficaz ou programas de incentivo que brilham os olhos dos profissionais.
Algumas ações simples como a redução da jornada de trabalho, por exemplo, acabam por resultar em aumento de produtividade, como é o caso da Beedoo, startup focada em treinamento. “Além de adotar o modelo híbrido, implementamos a redução da jornada de trabalho por meio do programa ‘Beeout’”, conta o CEO Daniel Lima.
Através do programa, cada funcionário pode escolher duas sextas-feiras do mês para tirar folga e o impacto da medida na satisfação dos trabalhadores foi maior do que o de aumento dos salários. “As pessoas relatam ter mais tempo para a família, para estudar, para limpar a casa, ir ao banco, ao cabeleireiro, o que seja, para se dedicar a atividades pessoais”, relata Maira Mainardi, Head de People and Culture da Beedoo.
O caso da startup é um exemplo de como a nova geração que chega ao mercado de trabalho encara o lado profissional. Não é mais questão de salário versus produção, mas sim a qualidade de vida e o propósito das empresas que deve ser levado em conta. Na avaliação de Anderson Belem, CEO da Otimiza, startup especializada em benefícios corporativos, há uma melhora na produtividade e maior engajamento dos colaboradores quando existe conexão com um programa de incentivo e ações que contribuam para uma maior felicidade das equipes.
E nem tudo necessariamente envolve grande custo, caso do benefício flexível. Com a implantação dos modelos de trabalho híbrido e remoto em boa parte das empresas, oferecer proventos tradicionais pode não ser suficiente para atender as necessidades dos empregados. Com foco nesta questão, a Otimiza incluiu em seu cartão de benefícios flexíveis o “crédito livre”, opção que possibilita ao colaborador distribuir o recurso da forma que for mais conveniente ou mesmo sacar o valor em um caixa 24h. “Um vale refeição não é interessante para quem trabalha em home office e almoça em casa, assim como um vale transporte não tem importância para quem não pega ônibus, trem ou metrô. Benefícios flexíveis como o crédito livre são soluções criativas a favor das empresas”, afirma Anderson Belem.
Incentivo em dinheiro
Com a chegada do PIX e suas praticidades, empoderar o colaborador através da liberdade de escolha se tornou mais comum também nos programas de incentivo, que focam em recompensas que variam de acordo com o alcance de metas. Tradicionalmente, profissionais com bons resultados trocavam seus pontos por aparelhos eletrônicos, jantares em restaurantes exclusivos e até viagens. Mas esse cenário vem mudando, segundo um levantamento feito pela Incentivar, primeira plataforma especializada em incentivo inteligente do Brasil, que atualmente atende companhias de todos os portes, incluindo marcas líderes de seus segmentos como Coca-Cola Femsa, iFood, Wizard, Remax, Hypera, Marilan, entre outras.
De acordo com a pesquisa da empresa, a opção de receber recompensas em dinheiro, através do PIX, já corresponde a 15% dos resgates feitos na plataforma, considerando o primeiro semestre deste ano. Esse número equivale a um crescimento de 80% quando comparado ao mesmo período de 2021. O CEO da Incentivar, Rodolfo Carvalho, explica que o programa de incentivo não apenas aumenta o engajamento. “A própria empresa ganha na tomada de decisões, à medida em que o colaborador apresenta seus resultados na plataforma. Fica mais fácil para o gestor traçar ou priorizar estratégias de campanha”, diz.