Pesquisa aponta que 63% dos brasileiros se consideram felizes; em 2013, o número era de 81%  

Segundo a nova pesquisa da “Global Happiness 2022”, realizada pela Ipsos em 30 países, os brasileiros ficaram menos felizes com o passar dos anos. A pesquisa aponta que em 2013, 81% dos entrevistados no país se consideravam “muito” ou “bastante” felizes, hoje essa mesma porcentagem está em apenas 63%.

Para a coach, palestrante e diretora da Febracis Paraná, Daniella Kirsten, a felicidade é um estado que tem muita relação com aquilo que projetamos e conquistamos, incluindo nisso o alcance dos sonhos e das metas em nossas vidas. “Colocar os sonhos no papel em formato de metas ajuda a concretizar algo que a princípio pode parecer inalcançável. Sonhar não custa nada, mas para realizá-lo é preciso estratégia, planejamento, foco e persistência”, explica.

Daniella conta que para alcançar os sonhos de forma efetiva, primeiramente é importante identificar os sabotadores e aprender a lidar com eles.”Às vezes é algo muito sutil, que está programado na nossa cabeça, pela bagagem emocional que carregamos ao longo de nossas vidas e que não percebemos, mas está sabotando os nossos sonhos”, reforça.  

Identificando os limitadores dos sonhos

Os limitadores dos sonhos podem se manifestar de diversas formas no nosso subconsciente, indo desde a forma como o nosso cérebro funciona, até a instabilidade da nossa vida cotidiana. “Identificando os limitadores, que são totalmente pessoais, é possível vislumbrar com mais clareza, aquilo que é o nosso real desejo e, por fim, traçar metas para alcançá-lo”, explica a coach. Para exemplificar melhor, Daniella lista abaixo alguns exemplos dos limitadores dos sonhos:  

1- Funcionamento básico do cérebro: nosso cérebro está programado para garantir a nossa sobrevivência, por isso tem aversão a riscos e mudanças. Tudo o que o cérebro quer é evitar a dor e conquistar o prazer imediato, ou seja, adora uma procrastinação. Isso no curto prazo pode ser uma delícia, mas a longo prazo é um grande limitador..

2- Medo: temos medo de muitas coisas, de passar vergonha, de não sermos aceitos, de errar, etc. Se não combatermos isso, a tendência é seguirmos nos escondendo, sem realizar nada.

3- Tendência de focar no que a gente quer evitar e não naquilo que a gente deseja: essa é uma pegadinha clássica, pois passamos muito mais tempo pensando naquilo que não temos, do que naquilo que realmente queremos. Por exemplo, ao invés de focar em parar de gastar, por que não traçar um objetivo de economizar uma quantidade “x” para realizar tal coisa? Quando a gente coloca na cabeça que não pode fazer tal coisa, a nossa ansiedade e pressão faz com que façamos o dobro.

4- Entrar em ação sem estratégia: agir sem pensar não é saudável quando o assunto é a nossa vida e as nossas finanças. Além disso, quando as coisas dão errado, acabamos  reforçando a crença limitante de que “aquilo não é para mim”  ou “que nem deveria ter começado”. O melhor é sempre parar, pensar, analisar e planejar antes de tudo.

5- Instabilidade: seja ela mental, emocional ou comportamental, é importante buscarmos equilíbrio para conquistar tudo que desejamos. 

Transformando o sonho em metas para 2023

Uma vez que os limitadores estejam mapeados, a hora é de colocar tudo no papel, organizando os sonhos em metas, que devem ser separadas em etapas e com definição de um cronograma para realização, que ao mesmo tempo seja real, possível e desafiante. Também é muito importante traçar um plano de ação, pois dessa forma é possível obter resultados mais rápidos e com menos estresse. “É fundamental tirar um tempo para analisar também as conquistas e com isso entender quais devem ser os próximos passos. Organizar tudo em um documento e relacionar isso com fatores financeiros, pode ajudar a entender sobre o custo de determinado sonho. Além disso, também é fundamental que tudo esteja organizado em local acessível, onde será possível fazer a análise periódica ao longo do ano”, reforça a coach. 

1- Faça uma reflexão profunda sobre o seu sonho, se perguntando coisas como: O que me impediu de realizá-lo até hoje? Foi medo? Faltou priorizar? Descubra e crie estratégias para que isso não seja mais um impeditivo. Tenha claro o porquê essa meta é tão importante para você, planeje os passos da tua jornada, foque no que é prioridade e persista até que se torne hábito.

2- Seja realista: cuidado com o tamanho da meta ou com o prazo que você cria para realizar. Muitas vezes passamos muito tempo sonhando em realizar algo e quando decidimos, enfim, entrar em ação, queremos aquilo para ontem. Calma, avalie quanto tempo em média as pessoas levam para realizar essa meta, crie prazos e resultados que te motivem, mas que sejam possíveis de alcançar.

3- Tenha boas referências: ter alguém que já tenha vencido o mesmo desafio e conquistado as mesmas metas é certamente um facilitador do processo. Procure saber o que essa pessoa fez, quais desafios enfrentou, no que errou ou acertou, quais ferramentas usou, quais formações ajudaram, etc. Inspire-se.

4- Monitore resultados, crie pequenas recompensas: é muito importante que você acompanhe os resultados das suas metas. Muitas vezes você pode estar se desgastando, num esforço danado, mas está com a estratégia errada. Tenha claro quais os resultados esperados a cada passo da caminhada e, ao alcançar, premie-se com uma pequena recompensa, isso vai ajudar na sua motivação. Caso o resultado não venha, pare para entender o porquê.

5- Aprenda com os erros e siga em frente: acreditar que nada vai dar errado é um caminho para a frustração, pois mesmo com muita dedicação e foco, erros acontecem e são sempre uma oportunidade de aprendizado. Busque entender onde errou e o que poderia ser diferente, depois siga em frente.