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Marketing de Incentivo: o que fazem as empresas para reter talentos mais exigentes

Pesquisa que revelou alta procura de brasileiros por novos empregos e melhores condições acende o alerta sobre como recompensar colaboradores de forma mais efetiva para mantê-los nas equipes

Reter talentos pode ser uma tarefa complicada quando uma empresa não entende os reais desejos de valorização e ascensão dos colaboradores. Uma pesquisa divulgada pelo LinkedIn mostrou que 60% dos trabalhadores brasileiros desejam trocar de emprego ainda neste ano, sendo a busca por melhores condições salariais o principal motivo, citado por 40% dos entrevistados. Este cenário, que em contrapartida mostra a maioria das empresas (68%) sem intenção de conceder aumentos, segundo o mesmo levantamento, abre espaço para a consolidação de plataformas de incentivo inteligente, que levam em conta a liberdade das equipes na hora de escolher recompensas e benefícios que atendam seus principais interesses.

Os profissionais estão cada vez mais confiantes sobre suas habilidades e sobre a forma como podem contribuir, buscando a valorização também em aspectos tão ou mais importantes que o salário, como a flexibilidade e o bem-estar no ambiente de trabalho. E neste sentido, contar com uma política de marketing de incentivo bem estruturada faz toda a diferença.

Para as empresas, o retorno vai além da retenção dos colaboradores em suas equipes, já que flexibilizar os benefícios é também uma importante ferramenta para engajamento e aumento de desempenho. O estudo Employee Happiness Index de 2019, publicado pela Benify, revelou que os colaboradores mais satisfeitos com os benefícios oferecidos alcançam níveis de engajamento 11,5% maiores que a média e 25,2% superiores em relação aos colegas menos satisfeitos.

Segundo Rodolfo Carvalho, CEO da Incentivar, empresa responsável pelo primeiro software de incentivos flexíveis do País, muitos participantes de campanhas já enxergam o resgate de prêmios como crescimento pessoal e até mesmo como complemento de renda. “Em primeiro lugar, é preciso entender o que motiva seus colaboradores e, em seguida, buscar um leque de recompensas mais abrangente e, consequentemente, mais assertivo. Se, por exemplo, a motivação de grande parte de seus colaboradores envolve questões salariais, oferecer incentivos financeiros para que eles cumpram as metas no prazo estipulado se mostra um caminho efetivo”, afirma.

Nesses casos, destacam-se recompensas como vale-combustível — que ameniza gastos em tempos de alta da gasolina, pagamento de boletos a partir dos pontos e o resgate de dinheiro através do PIX. Em 2022, um levantamento da Incentivar que analisou o comportamento de 1.836 participantes de campanhas — de diversas empresas clientes do software, como Coca-Cola Femsa, iFood, Remax, Hypera e Marilan — mostrou que, somente no primeiro semestre, a opção de receber recompensas em dinheiro, através do PIX, cresceu 80% em relação ao mesmo período de 2021.

Quando as questões familiares e afetivas, por exemplo, são os aspectos que mais mexem com a satisfação do colaborador, Rodolfo aponta para alternativas como experiências que podem ser usufruídas em conjunto, como jantares, parques de diversão e espetáculos.

“Nossa plataforma mantém a possibilidade de troca de pontos por eletrônicos, móveis e outros itens de desejo, como tradicionalmente é feito em campanhas de incentivo, mas desde a nossa criação apostamos em oferecer outras alternativas, como experiências exclusivas, resgate de vales-combustível de maior valor, pagamento de boletos,” diz.

Flexibilização de jornada

Outras ações simples como a redução da jornada de trabalho, por exemplo, acabam por resultar em aumento de produtividade, como é o caso da Beedoo, startup focada em treinamento. “Além de adotar o modelo híbrido, implementamos a redução da jornada de trabalho por meio do programa ‘Beeout’”, conta o CEO Daniel Lima.

Através do programa, cada funcionário pode escolher duas sextas-feiras do mês para tirar folga e o impacto da medida na satisfação dos trabalhadores, segundo a empresa, foi maior do que o de aumento dos salários. “As pessoas relatam ter mais tempo para a família, para estudar, para limpar a casa, ir ao banco, ao cabeleireiro, o que seja, para se dedicar a atividades pessoais”, relata Maira Mainardi, Head de People and Culture da Beedoo.

Escrito por Higor Garcia